Quem sou eu

Minha foto
ELA TEIMOU E ENFRENTOU O MUNDO SE RODOPIANDO AO SOM DOS BANDOLINS... ELA SE JULGAVA AMADA AO SOM DOS BANDOLINS...

27.8.10

Catarse

Jurei beijar teu corpo sem descanço, Como quem sái sem rumo pra viagem, te cruzar sem mapa nem bagagem, queria inventar a estrada enquanto avanço...beijando teus pés, me perdendo entre teus dedos, luzes ao norte, pernas são estradas onde meus lábios correm a madrugada pra de manhã chegar aos teus segredos.
Como em teus bosques, Bebo nos teus rios entre teus montes, vales escondidos.
Fiz fogueira, Chorei, cantei e dancei.
E segui pensando em você...pensando em nunca mais te esquecer.
Mas eu falo de amor à vida, e você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso e você de azar ou sorte.
Eu corro todos os riscos, você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteira e você se satisfaz com metade.
Ou seja se eu ando num labirinto, você está numa estrada em linha reta e vice-versa.
É a meta de uma seta no alvo, mas o alvo, na certa não te espera!
E chegou a hora, de colocar um ponto final...
Bom, pelo menos já é um sinal de que tudo na vida tem fim.
O meu amor, então, partiu, nada ia mudar isso.
Nada ia mudar minha cama grudada em mim, nem meu rosto inchado de mágoa. O sol se escondia lá fora atrás de uma nuvem de água. Nas paredes nossa história e no teto a minha tela de cinema, nela eu ainda via o nosso esgrima de línguas.
Eu sabia que amanhã você voltaria com outro feitiço, mas o meu amor partiu e nada ia mudar isso.
Ah...mas que saudade do nosso eterno filme em cartaz...
E a casa da saudade é o vazio; o acaso da saudade, o fogo frio. Quem foge da saudade, preso por um fio, se afoga em outras águas mas no mesmo rio...
E você voltou com mais um feitiço. Enquanto deu, você disfarçou o sim cantando o não. Mas não adianta tentar apagar com a borracha, virar a página também não é solução...quando uma reta no nosso desenho se encaixa, fica pra sempre uma linha, uma mancha, um borrão.
Nos encontramos, e sim, saiu faísca como você previu...Tivemos certeza que tu és o castelo onde o meu desejo mora e desejo nós temos.
Conversamos e vimos que mesmo com todas as diferenças, os nossos corações são iguais, tenho os meus defeitos, você tem os seus.
E nos teus braços, sentimos tudo ficar em calma, deixamos que o beijo durasse, que o tempo curasse, deixamos que nossas almas tivessem a mesma idade que a idade do céu. Resolvemos falar sobre o passado depois porque o futuro estava esperando por nós dois. Eu te dizia com meu olhar que ao longo desse mês que eu estive sem você, eu fiz de tudo pra tentar te esquecer, eu matei você mil vezes e seu amor ainda me vinha...Então pensei: quantas vidas você tem?

Mas como seria tudo novo de novo? Estava me propondo fazer outra versão pra entender que o muito acabou?

Entenda que agora muito pra mim é tão pouco e pouco é um pouco demais. Viver estava me deixando louca, não sabia mais do que era capaz. Eu Gritava pra não ficar rouca, em guerra lutando por paz. Repito: Muito pra mim é tão pouco e pouco eu não quero mais.
Se é para eu seguir nessa estrada sem você, então me diz qual é a graça de já saber o fim da estrada, quando se parte rumo ao nada?

Hoje, escrevendo esse texto, penso como estou cansada do trabalho que é viver. E na fumaça de um cigarro meu olhar quer transceder; sei que tudo é tão bizarro quanto possa parecer...
Cada segundo infinito se conta.
Cada infinito contado desmonta...quando seu vulto, a mim, vem aparecer...
É, deve ser o amor que eu sinto por você pra querer tudo novo de novo.
Querer nos jogar onde já caímos e mergulhar do alto onde subimos...
Deve ser o amor que sinto por você...

(adaptação das músicas do Paulinho Moska)