Quem sou eu

Minha foto
ELA TEIMOU E ENFRENTOU O MUNDO SE RODOPIANDO AO SOM DOS BANDOLINS... ELA SE JULGAVA AMADA AO SOM DOS BANDOLINS...

28.7.10

23.7.10

Hoje eu suspiro.

Me sou inteira. Me sou vazia.
Me sou chuva. Me sou seca.
Me sou só. Me sou.
Sou.
Não fui.
Fui.
Não sou.
Sou-me. Só, me sou.
Sou, seca-me, pois sou chuva.
Inteira, sou suspiro vazio.

22.7.10

Normas adicionais contratuais

Fui.
Antes de ir preciso colocar os sapatos.
Sento, escuto, leio.
Ah, mas como meus ouvidos estão cansados, a carga horária de suas palavras de quem ama demais, muito pouco ama.
Jogue-me num precipício e amanhã viro capa de jornal:
"Rafaela, a menina da esquina vestida de santa do vigário é suicidada a pedido dela mesma" Dã.

Não, não sei quem fui. Não faço quem sou. E não serei eu a ser. Entendido?

Acho que vou matar um escritor só para provar meu ponto de vista.
Oi? Qual meu ponto de vista?
Que eu posso matar um escritor.

Sou amante do Blues, mas será que não percebe que quero um tango argentino?
Droga. Odeio interrogações, no entanto, estou condicionada.
A partir de agora só pontos finais:
Eu sou uma balada dissonante. sou rainha da madrugada. o último gole de whisky. Sou o mais non sense da imaginação. Sou o teatro do absurdo: pegue sua colher pra reger meu pé de mesa. Quero beijar sua boca carnuda que não foi feita pra falar. Quero me apolitizar. Chega de linhas, de certo ou errado. Venha atrás de minhas zonas úmidas e façamos história com infinitos erros gramaticais.

Eu amo você, não vê?

Perdoe-me, precisei usar uma última interrogação.

11.7.10

Imortalidade do dia

Meu dia hoje não morre. Imortalizamos sem nem ao menos programar.
Sou romântica. Sou boba? Talvez, mas amo.
Foi um daqueles dias com uma peça de Mozart regendo os acontecimentos. Quando dei por mim, estávamos ali: Eu com um presente na mão e você com o sorriso de quem fez uma criança feliz.
Nos deixamos levar ao que nos foi sendo oferecido. Uma noite sem narrativa. Dançamos a dança dos Deuses, nossos corpos pulsando a mesma melodia. Bebemos beijos, ouvimos arrepios, falamos risadas.
Suas mãos envolvendo minha cintura, minhas unhas cravando em suas costas.
Éramos duas pessoas vestidas em uma. Um mar de ressaca dentro de nós, um véu de névoa branca nos cobrindo, e no meio de tanta gente, o mundo parou. Só existíamos eu e você.
O silêncio foi quebrado:
"Você é minha?" Sou sua, respondo.
Somos preto no branco, somos a dialética do semelhante e oposto, pleonasmo e neologismo. Somos aquilo que ainda não foi traduzido.
O primeiro sinal do Recreio tocou. Ignoramos. A vontade de pular amarelinha camuflou nossa audição. Mas veio o segundo sinal. Nosso dia estava materializando a imortalidade.
A respiração foi tomando seu ritmo natural, mas os olhos fitavam-se estáticos. Ainda tínhamos o gosto tatuado no paladar e aproveitamos os últimos segundos de degustação.
"Eu fecho os olhos e tenho decorado cada pedaço do seu corpo". Da minha alma também.
Ah, mas que estranho dia pra se ter alegria!
Eu vivo o clichê do amor.
"Hey, vou te casar comigo"
E eu digo sim.