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ELA TEIMOU E ENFRENTOU O MUNDO SE RODOPIANDO AO SOM DOS BANDOLINS... ELA SE JULGAVA AMADA AO SOM DOS BANDOLINS...

12.7.11



Saga

Filipe Catto

Composição: Filipe Catto

Andei depressa para não rever meus passos
Por uma noite tão fulgás que eu nem senti
Tão lancinante, que ao olhar pra trás agora
Só me restam devaneios do que um dia eu vivi
Se eu soubesse que o amor é coisa aguda
Que tão brutal percorre início, meio e fim
Destrincha a alma, corta fundo na espinha
Inebria a garganta, fere a quem quiser ferir
Enquanto andava, maldizendo a poesia
Eu contei a história minha pr´uma noite que rompeu
Virou do avesso, e ao chegar a luz do dia
Tropecei em mais um verso sobre o que o tempo esqueceu
E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho com força, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer
E era de gozo, uma mentira, uma bobagem
Senti meu peito, atingido, se inflamar
E fui gostando do sabor daquela coisa
Viciando em cada verso que o amor veio trovar
Mas, de repente, uma farpa meio intrusa
Veio cegar minha emoção de suspirar
Se eu soubesse que o amor é coisa assim
Não pegava, não bebia, não deixava embebedar
E agora andando, encharcado de estrelas
Eu cantei a noite inteira pro meu peito sossegar
Me fiz tão forte quanto o escuro do infinito
E tão frágil quanto o brilho da manhã que eu vi chegar
E nessa Saga venho com pedras e brasa
Venho sorrindo, mas sem nunca me esquecer
Que era fácil se perder por entre sonhos
E deixar o coração sangrando até enlouquecer

7.6.11

Save me from madness

O tempo o come por trás enquanto afunda no mangue daltônico dessa realidade fantasiosa que criou, ora cinza, ora cor-de-rosa.
Optou por caminhar feito um carangueijo à margem da normalidade prevista pela constituição dos seus neurônios desalinhados, enquanto se pendura feito pêndulo entre o pesadelo e o sonho.
"Mate-me" - pede. "Mate-me de mim." Era um maluco paranóico errante e errado que sofria conspiração do próprio sexto sentido pedindo para ser sacrificado da solidão dessa realidade fantasiosa. Amava como um carro desgovernado, chorava como chuva de verão, tinha deuses transformados em mortais e medo de trovão, de gritaria, de reprovação.

Era feliz, o pobre infeliz.

11.5.11


Let's Fly away
Somewhere over the rainbow
Onde não existam prós, contras e porquês
Onde não exista explicação
Somente Eu e Você.

10.5.11

"A solução, concordo, não está na temperança. Nunca esteve nem vai estar. Sempre achei que os dois tipos mais fascinantes de pessoas são as putas e os santos, e ambos são inteiramente destemperados, certo?" Caio F Abreu

8.5.11

Sentei na cadeira e ouvi o primeiro sinal. Estou no meu papel atual de espectadora.
Segundo sinal tocou e eu estava ainda distante, intoxicada com o doce cheiro do Teatro.
Veio o terceiro sinal e as cortinas se abriram. Estava próxima daquilo que chamo de lar, porém não fazia parte dele.
Durante 1 hora e meia celebrei junto com aquela equipe a parceria de se fazer arte.
"Arte não se faz sozinho" - eu sempre digo.
Desempenhei minha função de platéia com o mesmo esforço que costumei desempenhar minha função de atriz.
Sou um peão do Teatro, mesmo que por forças que ainda não consegui decifrar, aceitando a condição de estar do lado de fora da cortina...mas tomei uma rasteira...
Acabou a peça e vieram os aplausos.
Chorei.

1.5.11

Era como se eu não conseguisse mais respirar. Engoli aquela pedra sem nem colocar um salzinho, achei mais vantajoso engolir a seco.
Enquanto meu silêncio se transformava num abismo, uma mariposa gigante sobrevoava enlouquecida ao meu redor como se quisesse falar por mim.
A mariposa posou no meu ombro. Senti medo no início, depois compaixão. Nos tornamos um só. E ela também silenciou-se.

Olhei o copo na mesa. Cheio. Whisky puro. Bebi num gole só. O despertador tocou.

Olhei o copo na mesa. Cheio. Bebi sem saber o que era. O despertador tocou.

Olhei o copo na mesa. Não bebi. O despertador tocou.

Olhei o copo na mesa. Bebi e cuspi. O despertador tocou.

Não olhei, mas o copo estava lá. O despertador tocou.

Olhei a mesa. Não havia nada. O despertador tocou.

Olhei. Haviam vários copos, alguns cheios, outros não. Admirei, mas não bebi. O despertador tocou.

Olhei os vários copos na mesa. Bebi todos, até não restar mais nada. O despertador tocou.

Olhei os vários copos na mesa. Bebi aquele que me mandaram beber. O despertador tocou.

Olhei os vários copos na mesa. Bebi o único que me interessava. O despertador tocou.

Quem toca é o despertador ou sou eu que o toco?