O tempo o come por trás enquanto afunda no mangue daltônico dessa realidade fantasiosa que criou, ora cinza, ora cor-de-rosa.
Optou por caminhar feito um carangueijo à margem da normalidade prevista pela constituição dos seus neurônios desalinhados, enquanto se pendura feito pêndulo entre o pesadelo e o sonho.
"Mate-me" - pede. "Mate-me de mim." Era um maluco paranóico errante e errado que sofria conspiração do próprio sexto sentido pedindo para ser sacrificado da solidão dessa realidade fantasiosa. Amava como um carro desgovernado, chorava como chuva de verão, tinha deuses transformados em mortais e medo de trovão, de gritaria, de reprovação.
Era feliz, o pobre infeliz.